Este é um espaço que visa libertar pensamentos em reclusão, ideias aparentemente absurdas e devaneios de almas em permanente loucura.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Verdade significa o que é verdadeiro
Nietzsche afirma que a verdade não passa de um ponto de vista, e que nunca se pode ter a certeza do que é realmente verdadeiro ou não. Para nós "verdade" é um termo que nos parece logo à partida o mais simples e também o mais complexo. Quando afirmamos que uma proposição é "verdadeira", baseamo-nos em quê? A nossa concepção de verdade foi construída através da história pela junção de três diferentes tradições linguísticas, vindas da cultura grega, que formou a base da cultura latina e que sofreu influência da hebraica.
Em grego a palavra para "verdade" é "aletheia" e significa "o não oculto, não dissimulado". O verdadeiro é a manifestação daquilo que é ou existe tal como é, e que logo se opõe ao que é "falso". Verdadeiro é o evidente, numa acepção quase "visual" da palavra, o "verdadeiro" é claro, delineado, estruturado, visível.
Em latim, verdade diz-se "veritas" e refere-se à precisão, ao rigor e à exatidão de um relato, no qual se diz com detalhes, pormenores e fidelidade o que aconteceu. Verdadeiro refere-se, portanto, à linguagem enquanto narrativa de factos acontecidos. A verdade depende, por um lado, da veracidade, da memória e da acuidade mental de quem fala e, por outro, que o enunciado corresponda aos acontecimentos.
Em hebraico "verdade" diz -se "emunah" e significa "confiança". A verdade relaciona-se com a presença, com a espera de que aquilo que foi prometido irá cumprir-se ou acontecer.
Assim, "Aletheia" refere-se ao que as coisas são; "veritas" ao que foram os factos; "emunah" às acções e ao que as coisas que serão.
Na verdade e para se se conseguir a mais pura das verdades seria necessário recorrer a um critério supremo denominado "objectividade", uma impossibilidade humana para assuntos mais complexos e que vão para além das provas matemáticas. Portanto, alguém achar-se detentor da verdade é uma presunção...
"Na arte existe uma forma extrema de realismo denominada "verismo" na qual o artista se propõe a reproduzir com exacta veracidade a aparência de seu tema, repudiando a idealização e toda a interpretação imaginativa. Mas remete-nos para a discussão quando se percebe que este mesmo termo é utilizado também para designar uma forma específica de surrealismo que afirma reproduzir imagens de alucinação e sonho com detalhes exactos e sem qualquer tipo de selecção ou alteração. Será que essa possibilidade de compreender o sonho visualmente com perfeição e poder materializá-lo em arte sem qualquer forma de alteração, nos dá a dimensão do quanto o conceito de verdade?"
“Falar a verdade é como escrever bem, e só se consegue pela prática” – Ruskin
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1 comentário:
Eu que sou a primeira a comentar estas verdades...tenho que te dizer da minha verdade...e também esta é fundamentada.
Não posso dizer a verdade e fugir, arrisco-me a que no minuto seguinte essa verdade me bata à porta...afinal ela mora aqui ao lado :)
Mas a verdade é que aprendi a conhecer-te, tu que te mostras no muito e no pouco, e é na presunção da minha verdade que te digo que te tornaste uma grande amiga!
Brincas com as palavras e nunca vou fugir de te ler...
A blogosfera está mais "rica" agora e essa é uma outra verdade.
Por tudo o que és...e porque o és grande...tu és uma grande verdade em mim...e não me fujas que vou ai :)
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